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HISTÓRIA EM QUADRINHOS

 

          A história em quadrinhos (HQ) vem, há mais de um século, divertindo, informando e educando seus leitores. Seu código de formatação próprio e a linguagem universal utilizada têm influenciado a formação cultural de várias gerações. Dado esse potencial, a sua utilização como uma ferramenta didática no ensino de Física pode apresentar uma rica contribuição ao ensino.

            Segundo Guimarães, a história em quadrinhos pode ser definida como uma

 

forma de expressão artística que tenta representar um movimento através do registro de imagens estáticas. Assim, é História em Quadrinhos toda produção humana, ao longo de toda sua História, que tenha tentado narrar um evento através do registro de imagens, não importando se esta tentativa foi feita numa parede de caverna há milhares de anos, numa tapeçaria, ou mesmo numa única tela pintada. Não se restringe, nesta caracterização, o tipo de superfície empregado, o material usado para o registro, nem o grau de tecnologia disponível. Engloba manifestações na área da Pintura, Fotografia, Desenho de Humor como a charge e o cartum, e até algumas manifestações da Escrita.

 

         Nas palavras de Pessoa (2006), temos a justificativa de por que utilizar a história em quadrinhos na sala de aula. Segundo ele, a HQ é a arte de mídia mais popular entre os estudantes de qualquer nível de escolaridade, sendo, portanto, um veículo de massa para um público universal e que exige uma leitura individual.                 

           Como ferramenta para o ensino de Física, várias contribuições podem ser destacadas, como o fato de ser uma atividade relaxante, por meio da qual as tensões cotidianas são liberadas em razão da atividade lúdica; de ser uma fonte acessível que faz parte do cotidiano do aluno; de apresentar uma linguagem e formatação mais acessíveis, pois cria uma narrativa dinâmica, com proposição de desafios e atividades cognitivas ao leitor; e, ainda, por oferecer um apelo visual bastante rico, facilitando a compreensão de um fenômeno físico, por exemplo.

           A forma como essa ferramenta será utilizada também é bastante variável: pode-se utilizá-la para introduzir um assunto, como uma situação problema, como um exercício; enfim, caberá ao professor definir o momento adequado e a forma como a HQ será abordada.

             No entanto, é importante salientar que o seu uso também oferece obstáculos. A linguagem empregada no quadrinho pode facilitar a compreensão do aluno, mas também pode provocar um entendimento errôneo sobre o fenômeno abordado. Ainda, o aluno pode enfrentar dificuldade para interpretar a mensagem que o quadrinho está representando. Nesse sentido, Calazans elenca alguns requisitos que devem ser considerados na escolha da HQ:

 

1) um requisito da HQ didática é que deve haver drama, verbo, ação, movimento, um colorido em todas as páginas, os personagens devem prender a atenção do leitor, ser entretenimento que eduque, linguagem acessível;

 

2) caso haja longos discursos, ilustrações de processos muito detalhadas – descritivas, sem narrativa – por duas ou três páginas, ou balões com mais de sete linhas, tal material será cansativo e entediante, afastando e desmotivando o aluno;

 

3) é necessário captar o interesse e reproduzir a signagem, a Gestalt, o visual, a estética e o ritmo narrativo ao qual os alunos estão habituados em sua leitura espontânea (2006, p. 11).

 

REFERÊNCIAS

 

CALAZANS, F. M. de A. M. Ideologia das histórias em quadrinhos como recurso didático. São Paulo: Ed. Unesp, 2006.

 

GUIMARÃES, E. Linguagem e metalinguagem na história em quadrinhos. In: XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS E COMUNICAÇÃO, 25, 2002. Anais... Salvador/Bahia: Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2002.

 

PESSOA, A. R. Quadrinhos na educação: uma proposta didática na educação básica. 2006. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2006.

 

Tirinhas retiradas de: http://www.umsabadoqualquer.com/category/eisntein/

Autor: Carlos Ruas

Tirinhas retiradas de: http://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/

Autores: Luisa Daou e Francisco Caruso

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