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DOCUMENTÁRIOS

          Os documentários, assim como os filmes, têm a intenção de prender a atenção do público, propondo representações de mundo, produzindo a sensação de se ver a própria realidade e utilizando a analogia, a crença e a receptividade do espectador. Ao contrário dos filmes de ficção, utilizam a expressão da verdade. Dito de outro modo, essas produções apresentam uma representação reconhecível do mundo, que poderia ser visto fora do cinema, e isso fornece uma base para a crença de que o que é visto na tela é uma verdade. Reúnem provas e apresentam-nas de forma a seduzir o espectador a determinado argumento ou perspectiva, moldando a maneira pela qual o mundo é visto. Segundo Nichols,

 

Os documentários mostram aspectos ou representações auditivas e visuais de uma parte do mundo histórico. Eles significam ou representam os pontos de vista de indivíduos, grupos ou instituições. Também fazem representações, elaboram argumentos ou formulam suas próprias estratégias persuasivas, visando convencer-nos a aceitar suas opiniões (2005, p. 30).

 

           O reconhecimento de características do mundo visual encontradas tais e quais nas imagens, permitindo ver “a mesma coisa” que na realidade, gera um prazer específico (AUMONT, 1993), além da credibilidade. Por outro lado, a Física é essencialmente visual, tanto na construção de ideias e conceitos científicos quanto em sua representação e comunicação. Assim sendo, as imagens são de fundamental importância ao conhecimento científico. Nesse sentido, o uso de documentários como ferramenta didática possibilita a visualização do real, mesmo que de maneira metafórica, de fenômenos físicos que seria impossível demonstrar em sala de aula utilizando um modelo tradicional de ensino.

         Vale salientar que a produção de documentários pelas mídias televisivas tem se mostrado constante e, em sua maioria, com temas referentes às práticas científicas, às descobertas científicas ou à história da ciência. No entanto, apesar de haver um grande acervo de documentários relacionados à Física, estes ainda permanecem fora do ambiente escolar, ou muitas vezes esquecidos ou apresentados sem qualquer discussão construtiva pelos professores.

           Assim como qualquer outra estratégia didática, deve-se ter planejamento e objetivos claros da forma como o documento será abordado em sala de aula. É importante que na hora da escolha opte-se por documentários não muito extensos, com linguagem acessível e que possam de fato despertar interesse no aluno. Os documentários podem ser usados como tema de discussão, introdução de um assunto, apresentação de conceitos ou subsidiar a construção de questões que retomem o assunto abordado e fomentem uma discussão a respeito. O modo como será utilizado vai depender da escolha do professor, de acordo com a sua realidade.

 

REFERÊNCIAS

 

AUMONT, Jacques. A imagem. Tradução de Estela dos Santos Abreu e Cláudio C. Santoro. 6. ed. Campinas, SP: Papirus, 1993.

 

NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Tradução de Mônica Saddy. 2.  ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

 

 

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